junho 04, 2011

A "Brecha" da Arrábida

Rocha de origem sedimentar, vulgarmente conhecida por “mármore da Arrábida” e que se encontra em alguns locais restritos dos arredores de Setúbal como a Arrábida, o Viso e a Reboreda.
Rocha detrítica, que se forma a partir de fragmentos sólidos ou por detritos obtidos pela meteorização e erosão de rochas preexistentes - os sedimentos detríticos.
Formam-se à superfície da Terra ou próximo dela, em regra, em interacção com a hidrosfera, a atmosfera e a biosfera. 
Os processos que levam à sua formação decorrem após a subida até à superfície de rochas originadas em profundidade, por exemplo, durante a formação de cadeias montanhosas e antes do retorno desses materiais ao interior da geosfera, devido à subducção.


A rocha em questão é uma “Brecha”, ou seja, um Conglomerado de detritos angulosos, uma rocha sedimentar de origem detrítica com elementos angulosos (não erodidos, não arredondados) de dimensão superiores a 10 mm até 50mm, todos eles aglutinados por um cimento que pode ser de várias origens: argiloso, calcário ou ferruginoso.




Fig.2 Fragmento da Brecha da Arrábida

Fig.3 Detritos calcários entre 4 a 6 centímetros 


Esta brecha é única em Portugal e, provavelmente, a nível mundial, estando protegida pelo Parque Natural da Arrábida, para cuja criação este recurso geológico contribuiu.
Provém de uma formação do Jurássico Superior, localizada na Serra da Arrábida, onde existem várias zonas de afloramentos. A pedreira de onde era extraída foi encerrada devido á escassez da pedra em questão causada pela demasiada exploração, na década de 1970 altura em que foram criadas a Reserva da Serra da Arrábida e posteriormente o Parque Natural da Arrábida.



Fig.4 Pedreira da Brecha da Arrábida


A pedreira, há muito inactiva, da "Brecha da Arrábida" situa-se no extremo inferior esquerdo, a sul da bifurcação da estrada que, vinda dos Casais da Serra, conduz ao Vale do Solitário e ao Portinho.
 A “Brecha da Arrábida” é utilizada com grande intensidade na construção de edifícios, monumentos e outras estruturas arquitectónicas.
Destacam-se: 


Fig.5 Convento de Jesus, Setúbal

Fig.6 Igreja de St.a Maria da Graça, a Porta do Sol 

Fig.7 Moinho de Maré, na Mourisca


Para além da função estrutural, foi também utilizada dentro e fora do país, como elemento decorativo. Destaca-se a decoração de mobiliário e a decoração de fachadas de edifícios. Com esta pedra, objectos com funções específicas adquirem um forte valor ornamental.

Evidenciam-se: 

Fig.8 Arca Ossário. Igreja de Santiago, Palmela

Fig.9 Pia Baptismal. Igreja de São Lourenço, Azeitão

Fig.10 Pia de Água Benta. Ermida das Necessidades, estrada de Azeitão






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